quinta-feira, 9 de setembro de 2010

III CICLO

Turma: C31   Idade 14  
Livro lido: O Beijo
Autora:  Kathryn Harrison     
Editora Objetiva


O Beijo


   Olá! Sou Sthephany Harrrison, tenho 45 anos, e vou contar minha história de superação que começou há 25 anos atrás.


   Não conhecia meu pai, tudo mudou numa sexta-feira a tarde quando fui à casa de minha mãe, ela disse que eu havia convidado meu pai para uma visita, mas eu acho que a idéia foi dela. Antes do jantar o telefone tocou, era meu pai ligando para dar as informações, para que pudesse reconhecê-lo no aeroporto. Depois de alguns minutos, me despedi e desliguei.


   A chegada de meu pai está marcada para as duas horas da tarde de sábado.E, no sábado às 12h45 min bato na porta do quarto de minha mãe que ainda não estava vestida.


Vamos nos atrasar! – eu disse.


Vá você! – diz minha mãe.


Não! Não posso ir sem você!


Vá! Sei que vai conseguir sem mim.


Às 13h45, vou direto para o aeroporto, pegando o caminho mais rápido para chegar. Liguei o som tentando me acalmar.


Quando finalmente chego ao aeroporto, vejo um homem alto de olhos verdes, um pouco parecido comigo.


Ele veio direto em minha direção, e isso me deixou mais nervosa ainda.


– Seu terno não é marrom – digo tentando puxar conversa.


- Isso não justifica seu atraso - diz meu pai.


- E eu sei. – digo.


Depois destas palavras, não falamos mais nada no caminho. Em casa, quando chegamos, minha mãe ainda estava usando aquela mesma roupa de ontem. Tentamos de tudo para nos entender e fazer a coisa funcionar. À tarde saímos, fomos à praia, ao museu e, à noite fomos jantar em um restaurante. O fim-de-semana terminou e na segunda-feira minha mãe agiu da mesma forma confusa e tive de leva-lo sozinha ao aeroporto. Quando fomos nos despedir, de repente, meu pai pôs sua mão sob meu queixo, aproximou seu rosto do meu, tocou meus lábios com os dele. Senti-me muito estranha, como se tivesse ido ao banheiro e não lavado as mãos, em muitos lugares isso é comum, não era pra mim. Quando o alto-falante anunciou a partida de seu vôo, a natureza do beijo mudou. Meu pai enfiou sua língua em minha boca. Pegou sua mala e partiu.


Quando volto para encontrar meu namorado, conto para ele o que aconteceu e o beijo que meu pai me deu. Ele fica muito nervoso, mas consegui acalma-lo.


Apesar do ocorrido, combinamos de nos encontrar novamente! No nosso segundo encontro meu pai me levou para conhecer sua família nova e meus parentes. Conheci seu pai e sua mãe. Quando conheci meu avô ele tentou se passar comigo. Contei isso depois ao meu pai e ele não prestou muita atenção. Na casa de minha avó – que não foi nada simpática comigo - lembrei novamente do beijo e fiquei muito nervosa.


À noite meu pai entra no meu quarto, levanta o lençol com que estou coberta e satisfaz seu desejo de me consumir completamente. Em estado de choque não consigo reagir. Ele me possui outras vezes e fazemos isso até na Igreja onde ela trabalha. Não conseguia entender, mas fazia isso porque algo me atraía nele. Não sabia o que era, mas tinha a ver com a ausência dele na minha infância. Quando voltei pra casa larguei a faculdade, me isolei dos meus amigos e do meu namorado. Tudo isso pelo meu pai. Briguei com minha mãe, aluguei um apartamento e fui morar com meu pai. Depois disso passei a conhecer minha irmã mais nova e fiquei pensando se o que ele fazia comigo também iria fazer com ela.
Após ter morado uns meses com meu pai voltei a visitar minha mãe e, descubro nesta visita que ela está com câncer de mama e que meu avô havia quebrado a perna ao tropeçar em uma mangueira.
Após a cirurgia de minha mãe surgem complicações e ela é internada novamente. Algumas semanas depois meu avô morre. Quando vou vê-lo no necrotério meu pai vem e senta ao meu lado. Choro. Choro pela sua morte e pela minha dor...
Saio do necrotério direto para o hospital onde minha mãe está internada e fico sentada ao seu lado até o dia em que em que ela entra em coma. Corto meus cabelos que antes eram longos, até minha cintura. Deixo-os na atura dos ombros. Dois dias depois minha mãe falece e vejo qual a decisão que devo tomar.
Antes de sair pro enterro completo uns currículos e deixo para minha vó enviar. Vou concluir meu curso de graduação. Estou ao lado dela, aparece meu pai. Digo a ele que não vou mais continuar com essa relação. Que quero seguir minha vida. Ele revida contra mim, mas consigo fugir e escapar dessa possessão.  Levanto da cadeira e saio dando às costas.
Depois disso tudo volto para a faculdade e penso em ser escritora. Dois anos depois minha avó também falece.
Me mudo para Nova York e começo a escrever um livro. Conheço um cara legal e ele me indica onde devo levar meu livro depois de concluído. Passado um tempo começamos  a namorar e conto a ele minha história que é tema do livro que estou escrevendo.
Três anos depois nos casamos. Tivemos dois filhos e adotamos um terceiro. Combinamos guardar essa história em um lugar muito longe onde nunca poderá nos magoar.
Até hoje vejo minha irmã. Me conta que nosso pai está criando cães ferozes. Ela está grávida de seu terceiro filho. Do quarto casamento.
Hoje vejo, depois de tudo que passei, que mesmo minha mãe não tendo sido aquela que eu desejei quando criança, que não podia deseja-la diferente se não sou uma filha diferente da que fui.
Numa noite dessas tive um sonho. Neste sonho senti que finalmente ela me conhecia e eu a ela. Mesmo ela não tendo sido aquela que eu precisei, vejo que a amo.
Hoje conto essa história, a história da minha vida por ser uma história de superação, Para ajudar a todas as pessoas que passarem pelo que passei. Para que possam superar o trauma e seguir adiante com suas vidas e tentar ser feliz. Como eu consegui.

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